comportamento do consumidor

O que esperar do comportamento do consumidor em 2024?

“Tudo o que se vê não é igual ao que a gente viu há um segundo. Tudo muda o tempo todo no mundo.” A frase da música de Lulu Santos ilustra perfeitamente o que o mercado tem sido nos últimos anos. Digitalização, transformação digital, pandemia, crises ao redor do mundo e o comportamento do consumidor cada vez mais exigente resultam em mudanças constantes e cada vez mais rápidas.

Por isso, antes de traçar estratégias para a sua empresa é preciso estar por dentro das tendências, bem como compreender e buscar antecipar as necessidades e desejos dos clientes. O desafio é grande, mas essencial para manter o negócio relevante e atrair mais clientes.

“O consumidor de hoje é diferente dos consumidores de ontem e de amanhã. Em um mundo em rápida evolução, equilibrar as necessidades de hoje com as exigências do amanhã é algo fundamental para qualquer marca interessada em continuar existindo no futuro”, afirma Carla Buzasi, presidente e CEO da WGSN, em novo estudo divulgado pela consultoria, intitulado “Consumidor do Futuro 2024”.

Aliás, acompanhar estudos e pesquisas de consultorias é uma ótima forma de atualização em relação ao cenário mundial e previsão do que está por vir. O novo estudo da WGSN, por exemplo, traz quatro perfis de consumidores que devem ser priorizados nos próximos anos, além de caminhos para colocar isso em prática.

Com essas informações em mente, além da análise dos dados coletados no dia a dia da empresa, é possível inovar com mais assertividade e oferecer produtos e serviços que vão agradar de fato os clientes. Mas, antes de tudo é preciso compreender a importância desse mindset.

Por que é preciso entender o comportamento do consumidor?

O comportamento do consumidor precisa ser o ponto balizador para as estratégias de qualquer negócio, afinal, quando as ações são realizadas a partir dele, há um foco maior no que realmente importa, gerando valor para o cliente e, consequentemente, contribuindo para fidelizá-lo.

Mas, o que de fato é o comportamento do consumidor? Trata-se de todas as ações e hábitos do cliente durante a jornada de compra. Isso inclui fatores que contribuem para a tomada de decisão de compra, sentimentos, preferências, percepção de valor, expectativas, canais escolhidos, entre outros.

Hoje, o avanço do digital e a tecnologia permitem conhecer o consumidor de forma mais profunda, ao monitorá-lo e colher dados durante todos os pontos de contato de uma jornada de compras. Esses dados estruturados, transformam-se em informações que permitem personalizar a experiência, oferecendo produtos específicos ou atendimento individualizado de acordo com as necessidades de cada cliente.

Outra forma de guiar-se pelo comportamento do consumidor é a criação de personas, estratégia muito utilizada pelo marketing digital. As personas nada mais são do que diferentes perfis que representam o público-alvo da empresa, e todos os produtos e serviços são pensando e desenvolvidos para satisfazer esses perfis.

No fim, o mais importante para o consumidor é o sentimento de que ele é realmente importante para a empresa e está no controle de tudo. Isso acontece quando a experiência é personalizada e o cliente é tratado como único.

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Os sentimentos que estão direcionando o comportamento do consumidor

Porém, como comentado, é comum haver variações nesse comportamento – muitas vezes impulsionadas por fatores econômicos, políticos, sociais, entre outros. E os sentimentos que estão guiando esses consumidores podem dizer muito sobre como eles agirão.

Exatamente por isso, a WGSN desenvolveu uma metodologia para identificar esses sentimentos. Para 2024, segundo a consultoria, os principais sentimentos serão:

  • Choque com o futuro: O termo criado pelos escritores Alvin Toffler e Adelaide Farrell se refere à paralisia emocional e social trazida pelo estresse e pela desorientação, causados pela velocidade das mudanças. Em 2024, o avanço de tecnologias e a inexistência de fronteiras entre os mundos físicos e digital trarão essa ansiedade.
  • Excesso de estímulos: Diante de tanta conectividade, haverá um excesso de estímulos. A quantidade de tempo gasto on-line, em redes sociais e outros canais de conteúdo, gera uma “revolução sensorial”. Ao receber mais informações do que é capaz de processar, o cérebro tem uma sobrecarga sensorial, deixando as pessoas sobrecarregadas.
  • Otimismo realista: Apesar do período difícil, as pessoas podem desenvolver sentimentos positivos, buscando um bom propósito para a sua vida. Com cargas altas de estresse e altas taxas de depressão, a busca pelo bem-estar será muito importante em 2024.
  • Encantamento: Para a WGSN, no próximo ano, “o encantamento será o principal conector numa era de fragmentação”. Isso porque o sentimento é responsável por reunir e incentivar pessoas, que além de tornar as pessoas mais empáticas, diminui a ansiedade.

Os perfis do consumidor

A partir desses quatro sentimentos principais que guiam o comportamento, a WGSN traçou os quatro perfis de consumidor que devem prevalecer em 2024. As empresas precisam ficar atentas a eles para continuar crescendo.

Reguladores

São os consumidores que gostam de estar no controle. Eles precisam saber o que vem pela frente, mesmo que não seja uma coisa boa, já que não gostam de lidar com as incertezas. Predominantemente da Geração X (nascido entre 1965 e 1981, atualmente na faixa etária dos 42 aos 58 anos), essas pessoas irão buscar manter o controle da própria vida em 2024. E um dos caminhos para isso será o comércio eletrônico.

Para lidar com esse grupo de consumidores, a WGSN indica investir em lojas ambulantes, com um clique e retire eficiente para entregar agilidade e praticidade nas compras. Além disso, uma tendência é o comércio por voz que, através das tecnologias smart presentes dentro das casas, levará o comércio para dentro do lar das pessoas. Aqui, a palavra-chave é conveniência.

Conectores

Os conectores normalmente são jovens, da Geração Z (nascidos a partir de 1995) e Milennials (nascidos entre 1981 e 1995). Com um estilo de vida diferente, essas pessoas estão redefinindo o conceito de produtividade e dando mais valor ao bem-estar e à saúde mental. O que mais importa é o equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.

Nesse sentido, esses consumidores mudam de emprego com frequência e muitos tornam-se empreendedores. Outra característica importante é a cultura do compartilhamento, priorizando o ser ao invés do ter.

Para lidar com esse grupo de consumidores, a WGSN indica repensar rótulos e etiquetas, dando valor para questões de sustentabilidade e permitindo autenticação da garantia dos produtos. A transparência na cadeia de produção aparece como ponto-chave.

Construtores de memórias

Os construtores de memória são pessoas muito ligadas ao passado, por ser um período estável, ou seja, não muda. Porém, o estresse emocional do passado, tomado por remorso e culpa, está levando essas pessoas a focarem no presente em busca de compensar o tempo e as memórias perdidas.

Agora, o que importa é a qualidade, não a quantidade. Assim, o tempo e a dedicação estão focados no que realmente importa. A ideia é aproveitar a vida do melhor jeito possível.

Para lidar com esse grupo de consumidores, a WGSN indica investir na economia do cuidado – ou seja, produtos e serviços que ajudem a essas pessoas a aproveitar melhor a vida e envelhecer bem.

Neo-sensorialistas

Os neo-sensorialistas são os consumidores mais adeptos e empolgados com a novas possibilidades trazidas pela transformação digital. Eles desejam utilizar carteiras digitais para pagar compras em lojas físicas e aproveitar a realidade virtual durante o dia a dia da vida real.

São os adeptos das criptomoedas, das NFTs, da WEB3, ou seja, a internet descentralizada. Para engajá-los, a WGSN indica oferecer recompensações metaeconômicas, ou seja, “cashbacks” em criptomoedas ou coleções de NFTs. Além, claro, de investir em tecnologias disruptivas.

E aí, está preparado para lidar com os consumidores em 2024? Siga a Adição Contábil para acompanhar mais conteúdos como esse.

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