Palestras, livros e treinamentos costumam descrever o líder ideal como alguém inspirador, empático, assertivo e estrategista. Na prática, no entanto, poucos conseguem atingir esse nível de maturidade em todas as frentes – e tudo bem. O problema, entretanto, surge quando quem ocupa uma posição de liderança não apenas deixa de inspirar, mas cria um ambiente de trabalho hostil, desmotivador e improdutivo.
Mesmo em um cenário em que se fala tanto sobre bem-estar e cultura organizacional, ainda é comum encontrar líderes que adotam posturas tóxicas, muitas vezes sem perceber o impacto que causam. Nesse sentido, é preciso ter em mente que a forma como um líder se comunica, orienta, escuta e reconhece os colaboradores influencia diretamente o clima organizacional. Posturas autoritárias, instáveis ou centralizadoras geram insegurança e bloqueiam o engajamento da equipe. Já atitudes de escuta ativa, respeito e confiança estimulam a autonomia e a criatividade.
Ou seja, o comportamento da liderança não afeta apenas o ambiente de trabalho, mas a produtividade, a retenção de talentos e a reputação da empresa como um todo. Quem lidera precisa entender que sua conduta se traduz em cultura, e que cada ação – ou omissão – molda o ambiente ao seu redor.
O que deve ser evitado por líderes
Algumas atitudes, embora naturalizadas em certos contextos, têm efeito altamente negativo sobre as equipes. Confira alguns exemplos:
- Microgestão e desconfiança constante minam a autonomia e travam a inovação.
- Falta de clareza na comunicação gera ruído, retrabalho e frustração.
- Indisponibilidade ou ausência frequente desampara a equipe, que sente que está “no escuro”.
- Excesso de críticas e ausência de reconhecimento afetam diretamente a motivação e a autoestima dos colaboradores.
- Mudanças abruptas de direção sem alinhamento prévio geram insegurança e sensação de instabilidade.
Posturas que constroem um ambiente de trabalho positivo
Por outro lado, algumas práticas ajudam a fortalecer o clima organizacional. Liderar bem não exige perfeição, mas sim consistência, humildade e presença.
Estes são alguns exemplos de atitudes positivas:
- Dar feedbacks construtivos e regulares, sem esperar crises para se comunicar.
- Reconhecer esforços e conquistas, valorizando o que vai bem.
- Delegar com clareza e confiança, incentivando a autonomia da equipe.
- Estar acessível e disponível para escuta, mostrando abertura para sugestões, críticas e demandas.
- Promover um ambiente seguro para erros, desde que eles sejam usados como aprendizado.
Embora não exista um modelo único de líder ideal, é essencial que aqueles que ocupam essa posição compreendam a responsabilidade que têm na construção do clima organizacional. Para quem já lidera – ou pretende liderar –, o desafio não está em ser perfeito, mas em estar disposto a ouvir, aprender e ajustar a rota sempre que necessário. Afinal, liderar é menos sobre controle e mais sobre influência e cuidado.